Cerimónia solene do 25 de Abril em Carregal do Sal
Pela manhã, após o tradicional Hastear da Bandeira, com Guarda de Honra dos Bombeiros Voluntários de Carregal do Sal e Cabanas de Viriato e da Delegação de Oliveira do Conde da Cruz Vermelha Portuguesa e com o acompanhamento da Banda da Sociedade Filarmónica de Cabanas de Viriato, teve início a Sessão Solene, no Salão Nobre dos Paços do Concelho.
Vários momentos conferiram dinamismo e enriquecimento às cerimónias oficiais.
Coube ao Presidente da Assembleia Municipal de Carregal do Sal, Carlos Jorge Morgado Gomes, fazer as honras de abertura da Sessão Solene focando a sua intervenção no significado da efeméride e simultaneamente no 40.º aniversário das primeiras eleições livres (Assembleia Constituinte).
Foi seguidamente dada a palavra aos líderes parlamentares dos partidos políticos com assento na Assembleia Municipal, convite declinado, por convicções pessoais, pelo líder do CDS/PP.
Carlos Peixeira Marques, do PSD e Artur Fontes, do PS, fizeram incidir a sua intervenção sobre as liberdades trazidas pela Revolução dos Cravos, sem esquecerem, à semelhança do que já tinha sido referido pelo Presidente da Assembleia Municipal, o aniversário sobre a realização das primeiras eleições livres.
Seguiu-se o momento a cargo do Agrupamento de Escolas de Carregal do Sal. Os professores José Eduardo Rodrigues e José Manuel Carvalho e a aluna Beatriz Rito deliciaram os presentes com um misto de poesia e música evocativos do 25 de Abril e em que não foram esquecidos Manuel Alegre, José de Sena, Paulo de Carvalho, Sérgio Godinho e o ícone da música de intervenção Zeca Afonso, com que terminaram a sua participação, em pé, enquanto interpretavam, à capela e em partilha com o público presente, “Grândola Vila Morena”.
Ponto alto na Sessão Solene dos 41 anos da Revolução os Cravos foi a Agenda 21 Local – Programa de Ação Para o Desenvolvimento Sustentável.
O orador convidado, Alexandre Tavares, da Universidade de Coimbra – com quem a Câmara firmou um protocolo para desenvolvimento/implementação do projeto - fez o respetivo enquadramento e deu o mote para os momentos que se seguiram.
Enquanto orientador da tese de Ana Cláudia Fernandes, aluna da Universidade de Coimbra, natural do Concelho e responsável pelo desenvolvimento do programa a nível concelhio, Alexandre Tavares explicou a génese do projeto e a sua abrangência seguindo-se a apresentação dos resultados da 1.ª fase – Diagnóstico – a partir de inquéritos que a estagiária realizou no Concelho.
Tratando-se de um projeto que inclui a participação e o envolvimento dos munícipes, Ana Cláudia Fernandes deixou um desafio a todos os presentes: seguindo-se a 2.ª fase do programa – Fórum 21 – em que os munícipes são convidados a dar sugestões e a apresentarem propostas, a oradora apelou à participação ativa “Venha fazer parte deste projeto”.
Foi então declarado aberto um espaço para intervenções do público.
O poeta e historiador do Concelho, Hermínio da Cunha Marques, declamou depois um soneto da sua autoria que foi distribuído no final, à saída do Salão Nobre.
Antes de encerramento da Sessão Solene, Rogério Mota Abrantes, edil carregalense, ofertou uma lembrança ao orador convidado – Alexandre Tavares – em jeito de agradecimento pelo contributo dado naquelas cerimónias oficiais.
Depois, referindo-se às comemorações da efeméride, registou a preocupação do executivo em dar protagonismo “ao Associativismo, às forças políticas representadas nos órgãos autárquicos do concelho, aos alunos do nosso Agrupamento de Escolas e aos cidadãos”. Reportando-se à Agenda 21 Local, Rogério Abrantes sublinhou que se trata de um documento que “bebe, na sua génese, a filosofia dos ideais de abril alicerçada na participação ativa dos cidadãos e das instituições na projeção do futuro da comunidade.” Ao integrar o momento participativo dos cidadãos, “teve o duplo condão de elucidar/informar do ponto de situação do Projeto e de motivar os cidadãos para os importantes passos que se irão seguir”, pelo que a Agenda 21Local necessita, “num futuro bem próximo, do contributo de todos nós. Neste dia, com a simbologia que lhe está intrínseca, ouso apelar para a participação ativa de todos nos momentos que se seguirão e que serão oportunamente divulgados.”
Ao lembrar que “Comemorar abril, para além da solenidade, tem que espelhar alegria e vitalidade”, referiu-se ao Mercado de Rua e convidou todos os presentes a visitarem a iniciativa que assumiu como “espaço de confraternização e convívio, dentro do espírito dos ideais de abril.”