Lapa do Lobo.
Uma aldeia feita de granito da Beira Alta.
Dama de companhia da Serra da Estrela, onde as lajes descansam o tempo na terra que lhes dá o colo e a certeza.
Um lugar de gente com raiz vincada na pele e pedra gravada nas mãos.
Onde o chão ultrapassa os caminhos. Onde os caminhos extravasam o destino.
Lugar de vizinhança inesperada, de identidade orgulhosa, de ousadia teimosa.
Aldeia Cultural.
O dia nasce e as crianças brincam no jardim, seguindo a tradição dos avós, que bordam carinhosamente os poemas do pequeno-almoço. Nas ruas, as telas são de improviso, as esquinas tocam música e as lajes dançam com os pés que a pisam. E da pedra granítica nascem tapeçarias, das paredes grossas rompe o teatro, a poesia, e dos largos velhos gritam histórias novas de encantar. De noite, os sótãos guardam instrumentos que a calçada de dia irá tocar.
Antes de dormir, a aldeia não fecha as portas. Encosta-as de mansinho, para deixar a música entrar. Para adormecer a sorrir. Para, a sorrir, acordar.
Dias 22, 23 e 24 de julho de 2022. Na Lapa do Lobo.
Uma aldeia inteira para cada um.